Escuta-me, pretendíamos apenas estar juntos.
A terra firme sob os pés. Tínhamos deixado os olhos
no átrio crescendo lá em cima. Quase terrestre a
única estrela propagada à manhã do dezembro
marítimo.
A terra era uma vigilância sem fim.
Transbordando
a água ali ainda líquida audível sem limite
passando de um a outro a alegria de coisa simples
cantiga nossa acordando os peixes
os grandes peixes desenhando
barbatanas guelras ora repouso ora movimento.
Escuta-me. Por favor escuta-me. O mar
estava com pequenas ondas.
Bebemos? Coca-cola e cerveja.
Sonhávamos? Com o rosto do sorriso
a vibração de que estando nu existe pela
serenidade de dezembro
terrível graça.
Escuta. Apenas queríamos ver o mar. Éramos cerca
de quarenta e apenas queríamos ver o mar. Ver o mar.
João Miguel Fernandes Jorge
2 comentários:
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