"(...) descobrir um outro pedaço deste mundo que já conheço em parte, recorrer ao já conhecido como um auxílio nessa descoberta, verificar, numa palavra, quanto é bom e justo o nosso próprio passado. Nunca pretender dar um salto no desconhecido, nem renascer de repente uma manhã. Utilizar as beatas dos cigarros da noite anterior e convencermo-nos de que o tempo - o antes e o depois - é apenas uma ideia fixa. Mas, sobretudo, nunca fazer como a serpente, nunca renegar a nossa própria pele: que coisa possui o homem de seu, de vivido, senão justamente o que já viveu? Mas mantermo-nos em equilíbrio, pois que outra coisa tem o homem para viver, a não ser aquiloque ainda não vive?"

Cesare Pavese, O Ofício de Viver (17 de Fevereiro de 1936)

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